Cinema em primeira pessoa já tem seu museu

Anonim

Museu Online de Cinema Autobiográfico em Dor.

Museu Online de Cinema Autobiográfico em Doré.

Aquele vídeo de férias na praia, quando você começou a caminhar, Natal, aniversários de família... Quem não teve um pai, uma mãe, um tio, um avô com uma câmera na mão perseguindo cada momento do dia que parecia extraordinário? ? Buscando, justamente, o extraordinário no cotidiano das imagens, o projeto cultural O Cinematográfico começou há quatro anos digitalize fitas super-8 familiares, catalogá-los, encomendá-los… e com eles criar o **Arquivo Galego de Cinema Doméstico. **

Um arquivo que foi enriquecido quando começaram a ver as imagens com os seus donos e protagonistas e também a guardar esses testemunhos. “Em geral, no cinema em casa as imagens são sempre as mesmas porque quase sempre retratam os mesmos momentos: férias, festas, viagens, casamentos… e, no final, estávamos vivenciando histórias autobiográficas, todas em primeira pessoa”, conta Pablo Gomes Sala, fundador do Cinematográfico. E daí surgiu a ideia de dar um passo adiante e criar o Museu Online do Filme Autobiográfico (MOCA).

Imagem de arquivo Família Gómez Sala.

Imagem de arquivo Família Gómez Sala.

“La Cinematografía e Cafés Candelas se reúnem uma vez por ano para pensar em novos projetos e nos propuseram fazer um projeto maior em torno do cinema em casa e a formalização foi esta: um museu”, explica.

E por que um museu? “Por várias razões”, ele responde, “porque é verdade que, dentro do gênero autobiográfico, a vida é o motor criativo e, por outro lado, a criação da vida de cada um é uma obra de arte, no sentido de que cada um a constrói como quer e pode. Formalizamos assim para dignificar também o cinema em casa que sempre foi bastante vilipendiado pelas instituições, pelas cinematecas...”.

O MOCA terá “exposições de artistas, de anónimos”, contará histórias “a partir da sinceridade”. “Porque o fator autobiográfico tem a ver com dizer a verdade 100% subjetiva, a própria verdade, sob o guarda-chuva da autenticidade, da sinceridade. Foi isso que identificamos com essas pessoas depois de tantos metros de filmes que digitalizamos, Eram todas histórias sinceras, não tentavam nos persuadir de nada, apenas nos contavam suas memórias, experiências, emoções…”, Gomez Sala continua.

Apresentação do MOCA no Cine Dor.

Apresentação do MOCA no Cine Doré.

Inaugurado em janeiro passado, este novo museu online (“Experimentar novos métodos de distribuição e exibição de cinema e reduzir custos”, admite) é composto por quatro partes. “O principal, aquele que lhe confere a entidade de museu, é o projeto de exposição anual. Todos os anos durante seis meses vamos exibir filmes autobiográficos localizados em diferentes partes do mundo”, conta.

O 1º Festival de Cinema Autobiográfico intitula-se Toronto na primeira pessoa, curado por a cineasta Xisela Franco, que foi educado e cresceu artisticamente na cidade canadense. "E, nesse sentido, também é curadoria autobiográfica." Começou com os trabalhos de Rick Hancox e continuou com **Phil Hoffman, “o pai do documentário lá”. A cada 15 dias o artista mudará e novos filmes serão adicionados.

Família Gomes Sala.

Família Gomes Sala.

“A segunda parte do MOCA é o arquivo de filmes, as coleções de família que temos em nosso trabalho de digitalização de quatro anos”, acrescenta, que serão acompanhados de depoimentos orais à medida que forem registrados. Um trabalho de digitalização que, aliás, por ser caro e exigente, ficará restrito a duas coleções por ano que serão selecionadas com mais cuidado pelo seu volume e valor temático.

Em terceiro lugar, MOCA dará bolsas de estudo promover este tipo de cinema em primeira pessoa ou autorreferencial. E finalmente, no final do ano Eles vão organizar uma conferência em torno do tema.

“Normalmente, a vida é uma jornada”, conclui Pablo Gómez Sala, sempre dedicado ao mundo audiovisual. “O cinema autobiográfico é contado nas fases dessa jornada que todos conhecemos. Ele fala de coisas populares, sempre há identificação, todos nós temos uma jornada parecida. Os caminhos são diferentes, mas o percurso é parecido e o objetivo é o mesmo, ir um pouco tranquilo”.

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