O apito gomeran, patrimônio cultural e linguagem film noir

Anonim

La Gomera

eu assobio borracha

no começo de La Gomera, filme do diretor romeno Cornelieu Porumboiu (já nos cinemas), o protagonista, Christi (Vlad Ivanov), um policial corrupto, denunciante da máfia chega na balsa para a ilha de La Gomera. Um céu claro, aquele litoral acidentado, o mar. Parece que o paraíso espera. Ele está fugindo de uma Bucareste cinzenta, triste e perigosa. Ele vem ao encontro de uma grande mulher, Gilda (Catrinel Marlon), e para aprender o apito gomerano para poder continuar seu relacionamento com os bandidos. Mas não demora muito para ele perceber que, mesmo perdidos ali, ainda estão de olho nele.

“Fui atraído pela ideia de mostrar que em uma empresa controlada em que todos devem desempenhar um papel,** uma forma de comunicação muito antiga pode permitir que as pessoas escapem desse controle”,** explica Porumboiu sobre a escolha do local e do idioma como desculpas para seu filme.

La Gomera

Chegando em La Gomera.

O diretor romeno (12h08 a leste de Bucareste) descobriu o apito gomerano há uma década, de férias em Saint Jean de Luz com sua esposa, a artista basca Arantxa Etcheverria. E ficou obcecado por esta língua criada pelos aborígenes das Canárias no século XVI. “Acabei de terminar meu filme polícia, adjetivo sobre a linguagem e como ela é usada para fins políticos. A linguagem assobiada me pareceu uma possibilidade de continuar com esse tema, mas de uma forma diferente”, continua.

Cristi vem a La Gomera para aprender esta linguagem secreta e histórica. Uma linguagem que se desenvolveu ser capaz de se comunicar a longas distâncias nesta ilha das Canárias com a sua orografia complicada e e produz através de assobios (diferentes conforme a colocação dos dedos na boca) a sonoridade de outras línguas.

De uma ravina a outra, os habitantes originais falavam uns com os outros assobiando, alguns assobios peculiares, entoados, que primeiro eram uma tradução do Guanche e depois acabaram sendo do espanhol (Hoje é falado até em inglês). Na história dessa linguagem secreta, mas usando-a para fins criminosos, Porumboiu se baseou para criar seu próprio estilo narrativo e de encenação.

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As ravinas de La Gomera.

PATRIMÔNIO CULTURAL

Desde 2009, o apito Gomeran é Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela UNESCO, um reconhecimento alcançado com o trabalho do Governo das Canárias para restaurar a relevância histórica e etnográfica a esta língua peculiar.

Embora originalmente também era falado em El Hierro ou Tenerife, Foi em La Gomera que continuou a ser usado até o século XX, especialmente entre pastores e agricultores. No entanto, em meados do século passado as sucessivas crises, o abandono da vida rural e a extensão do telefone a população que conhecia uma língua passada de pai para filho estava se extinguindo. Até à década de noventa foi a Administração que decidiu recuperá-lo e hoje é ensinado nas escolas preservar este património cultural ligado a uma ilha única.

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Catrinel Marnol e Vlad Ivanov.

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