A idiossincrasia do hotel que está se perdendo (e nós adoramos)

Anonim

Na Condé Nast Traveler não somos muito a favor de nos abandonarmos loucamente à nostalgia, mas ao mesmo tempo gostamos tradições, coisas bem feitas, detalhes de bom gosto que são os que marcam, em grande medida, o luxo autêntico.

Assim sabemos apreciar essas peculiaridades da vida em hotéis – não é em vão que conhecemos alguns ao redor do globo – e cada um de nós tem uma preferência por um em particular. A seguir, nossa lista de costumes hoteleiros que estão se perdendo mas, para nós, fazem muito, muito sentido.

O clube do sanduíche no Hotel Sofía em Barcelona

O sanduíche de clube no Hotel Sofia em Barcelona.

THE SANDWICH CLUB (David Moralejo, Chefe de Conteúdo Editorial, Viajante Conde Nast Espanha). Na verdade, não estou tão claro que ele está desaparecido. Mas que estas linhas sirvam como um chamado para nunca testemunharemos sua extinção. Porque não há nada melhor no mundo do que este sanduíche padrão, com uma cadência atemporal – digamos velho se quiser – e imutável em sua receita, a mesma que nasceu no Saratoga Club House em Nova York por volta de 1894. Presunto, bacon, frango, queijo, alface, tomate e maionese, pão fatiado torrado com boa manteiga... e pronto, para encher aquela cama king size de migalhas com lençóis de algodão egípcio ainda sem mancha.

Porque vamos ver, o negócio dele é pedir o club sandwich do serviço de quarto para curtir o momento de fast food com toda a preguiça do mundo. Sempre que viajo procuro abrir espaço –no estômago, na minha agenda– para viver uma e outra vez o nervos felizes antes daquela batida, batida do garçom anunciando a chegada de um (outro) sanduíche de clube. E sabe de uma coisa? Raramente decepciona. Experimente (por exemplo) no hotel sofia (Barcelona), na Sport Hotel Hermitage & Spa (Andorra), na Four Seasons Jumeirah Beach (Dubai), no Crosby Street Hotel (Nova York). E cuidado com as migalhas.

Chocolate no travesseiro do hotel

Doce prazer do hotel.

OS CHOCOLATES NO TRAVESSEIRO (María Casbas, Editora de Condé Nast Traveler). Dizem que a esperança é a última coisa a ser perdida. É por isso que toda vez que abro a porta de um quarto de hotel depois de andar pelas ruas de uma cidade tenho o mesmo pensamento: deixaram chocolate no travesseiro?

Uma vez perguntei a uma boa governanta no hotel O St Regis Roma se ele soubesse a origem desse delicioso costume. Acontece que a origem tinha um nome e sobrenome: Cary Grant. “Na década de 1950, quando Cary Grant era casado com sua terceira esposa, Betsy Drake, ele costumava ter algum outro caso. Um dos hotéis que frequentava era o Mayfair Hotel São Luís, no Missouri. Certa ocasião, quando estava lá com sua amante daquela época, percebeu que não chegaria a tempo e ele pediu ao hotel para encher seu quarto com chocolates, criando um caminho que percorre toda a suíte”, a governanta me disse.

Para o Hotel Mayfair em St. Louis - agora o Magnólia Hotel St. Louis Pareceu-lhe uma boa ideia e começou a deixar um chocolate nos quartos. A notícia se espalhou e muitos hotéis aderiram à iniciativa.

A partir daqui, apelo a todos os hotéis do mundo para continue fazendo todos os convidados felizes que, como eu, abrem a porta do quarto e vão direto para a cama em busca daquele doce mimo.

Ligue da recepção do hotel

Por favor, você poderia me ligar no quarto 230 amanhã às 7h30?

O 'WAKE UP CALL' (Clara Laguna, Editora de Condé Nast Traveler). Vá em frente, não sou a pessoa mais tecnológica do mundo. Eu me adapto – que remédio – e até finalmente e com dedicação aproveito todos os avanços que chegam à minha vida nesse sentido, mas Sou daqueles que sempre preferirá um livro em papel (amassado e sublinhado, se possível) a um eletrônico, e também uma chave de heavy metal para um cartão que muitas vezes é desmagnetizado (se chama assim?) e você é forçado a descer na recepção para uma duplicata.

então sim eu sei disso Eu tenho o despertador no meu celular, há até hotéis onde um despertador espera por você, às vezes sedutora e vintage, às vezes ultramoderna, negra e cheia de funções misteriosas. Eu sei que nada vai acontecer, não vou dormir, o alarme vai tocar, mas tenho o hábito (bonito, na minha opinião) de sempre solicitar na recepção, seja pessoalmente, ou com uma ligação noturna especificando o horário hora em que eu quero ser acordado, gentilmente despertado do sono pela manhã. Um ritual que me faz sentir acompanhada, me conecta com o staff, sei lá, mania de passageiro frequente!

Infelizmente, alguns hotéis automatizam esse serviço e trata-se de um robô apático que avisa de forma sinistra e mecânica o tempo após a campainha do telefone fixo te assustar (ah, nunca retire os telefones fixos dos quartos do hotel, por favor…). Mas Idealmente, é um membro da equipe amigável dizendo bom dia e coloca você no fuso horário correspondente. Conforta-me saber que há alguém no hotel a cuidar de mim, que não me vou perder nesse limbo de anonimato e discrição hoteleira que, por outro lado, também é tentador por vezes...

saco de lavanderia

O saco de roupa suja do hotel, ao qual não costumamos dar muita atenção.

AS SACOS DE LAVANDERIA (Marta Sahelices, colaboradora da Condé Nast Traveler). De outra época, sem dúvida, são os sacos de lavanderia do hotel. Agora olhamos para eles com indiferença quando abrimos o armário do nosso quarto e os encontramos ali, perfeitamente colocados esperando que ninguém os use. Mas, O que aconteceria se os enchêssemos novamente com roupas usadas, esperando que fossem devolvidas a nós passadas e dobradas? Que com certeza voltaríamos a viajar leves... mas carregados de milhões de memórias guardadas no mesmo suéter ou calça.

olho! Que também podem se tornar uma autêntica lembrança para levar para casa (se forem descartáveis, claro; bordadas à mão, nunca) para nunca se esqueça que uma vez estivemos no México, em Maldivas ou na Alemanha.

Que eu não posso levar meu roupão

Que não posso levar o roupão comigo?

O BANHO (Sara Andrade, colaboradora do Condé Nast Traveler). O que eu mais gosto nos hotéis é colocar um roupão. É algo que nunca faço em casa e que só associo a momentos de descontração e hotel, já tenho um mestrado em detectar quais são de boa qualidade e quais não são”. Quais são os roupões que merecem uma viagem? Seria difícil escolher, mas os roupões de banho do hotel Mandarin Oriental em Barcelona não faltariam na minha lista, puro luxo envolvente; e os de Mas de Torrent no Empordà, tudo neste hotel é feito com os mínimos detalhes.

…E AS TOALHAS 'DELUXE' (Eva Duncan, Editora Adaptadora/Tradutora de Condé Nast Traveler). "Sempre adorei toalhas de hotel: macias, cheiram a novas, têm aquele peso gostoso que te abraça ao sair do banho... amor com roupões de banho. para ser como toalhas, mas melhor, porque eles o cercam completamente e você não precisa segurá-los, Poder andar entre os quartos e as piscinas sem colocar e tirar a roupa foi muito confortável. Não que eu tenha alguma reclamação sobre as toalhas, eu ainda as amo, mas Quando chego a um quarto de hotel e eles também têm roupões de banho, fico muito feliz."

Mapa

Mapa na recepção? Sim por favor.

MAPAS DE PAPEL (Virginia Buedo, Editora Adaptadora/Tradutora de Condé Nast Traveler). “Pode ser um pouco estrangeiro, mas quando chego a um hotel em uma nova cidade adoro pegar um daqueles típicos panfletos turísticos com mapa e diferentes atrações marcadas. Sobre tudo, Adoro poder conversar com as pessoas na recepção e pedir recomendações de lugares para comer, áreas de compras, lugares encantadores que não estão marcados e outros conselhos, e que me indicam no mapa. Ainda tenho muitos desses mapas marcados a caneta como lembrança."

Dedo de ouro

Onde estaria James Bond sem uma boa chave de hotel?

AS CHAVES NA RECEPÇÃO (Cynthia Martín, Editora de Condé Nast Traveler). A tecnologia é útil, ninguém pode negar. A automação residencial nos ajudou a preservar melhor a energia, de modo que ser um pouco esquecido não significa carregar o planeta toda vez que você deixa as luzes acesas. No entanto, nesse processo de modernização, o surgimento dos cartões de crédito –até a possibilidade de abrir a porta do quarto com o telefone– foi esquecendo a sensação mágica de estar em casa. O que mais pode fazer você sentir que chega em casa do que ter algumas chaves na mão? Estes podem ser um pouco volumosos, mas, sim, podemos dizer que sentimos falta de deixar as chaves na recepção vê-los descansar em uma cômoda cujo número era sua casa por alguns dias.

Churros

Tem os (deliciosos) churros churros, e tem os churros do hotel!

OS CHURROS (Maria Angeles Cano, Editora de Condé Nast Traveler). Não eram artesanais, nem uma charcutaria, mas apenas segundo os cânones gastronómicos, porque para o meu 'eu' de dez anos eram uma verdadeira iguaria. Minhas memórias de hotel estão intimamente ligadas às minhas memórias pessoais e quase posso voltar para aqueles cafés da manhã incríveis em que meu pai pegou todos os tipos de linguiça, minha mãe, suas torradas clássicas, e eu fiz uma torre de churros a perder de vista. De laços, o que eu disse.

Aqueles banquetes matinais eram para mim sinônimo de férias, momentos em que se levanta cedo agradavelmente para chegar na hora. Ficou claro que aqueles churros de hotel perderiam protagonismo na era das torradas de abacate, tigelas de açaí e ovos Benedict, mas tenho esperança de que eles nunca desapareçam completamente. Pelo menos, que permaneçam como aquele guarda-roupa necessário e permanente, como aquele café da manhã que simbolizava que, por alguns dias, você não tinha nada a fazer a não ser ganhar alguns quilos de felicidade absoluta.

Nós tomamos café da manhã

Café da manhã para a 'Mulher Bonita'.

O BUFFET DE CAFÉ DA MANHÃ (Lidia González, Gerente de Mídias Sociais da Condé Nast Traveler). Assim que entro no saguão de qualquer hotel, um amontoado de palavras enche meu paladar com o desejo fervoroso de ser liberado: “De que horas até que horas é o café da manhã?” . Voilá. Se o bufê à vontade é o seu prazer culpado, você sabe do que estou falando. Supere a preguiça e defina um alarme antecipado (apesar de ter ficado acordado até tarde, lembre-se) para aproveitar alguns ovos Benedict com salmão, molho holandês, abacate e tomate (ou o que vier) Faz parte da minha rotina hoteleira. Por que não sair dos travesseiros fofos para sucumbir à festa da manhã abençoada, Sim, isso seria um pecado capital.

Menção especial também merece a sucos de todos os sabores; a linguiça e seus pães correspondentes; a chapa que exala um aroma viciante de bacon; os doces tentadores; frutas perfeitamente cortadas; e o café que espera por você servido na hora aquela mesa de frente para o mar, coroando um terraço ou em uma sala iluminada onde o silêncio só é quebrado pelo choque de garfos. E sim, apesar das reprimendas que recebi durante aquelas férias de sonho em família, Eu ainda sou um daqueles que se levantam para uma segunda rodada. Perdoe-me, pai.

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