Em meados do século passado, Walt Disney realizou seu sonho de criar um lugar mágico dedicado ao entretenimento familiar.
Em 17 de julho de 1955, o parque de diversões Disneyland abriu suas portas ao público pela primeira vez em um antigo laranjal em Arheim, Califórnia.
Assim, Walt Disney realizou o sonho de compartilhar com o resto do mundo a ideia com a qual vinha fantasiando há anos: um lugar muito especial onde adultos e crianças pudessem desfrutar de momentos de lazer com segurança e viva a experiência de participar de diferentes mundos de fantasia de forma imersiva e realista.
E cara, ele compartilhou! Daquele 'Black Sunday at Disneyland' – batizado com o nome de percalços como o não funcionamento dos chafarizes durante uma onda de calor que derreteu até o asfalto das ruas (onde os saltos dos sapatos ficaram presos) – até hoje, eles já são 800 milhões de pessoas que visitaram o 'lugar mais feliz do mundo'.
Seis décadas de história que a editora Taschen quis recordar e documentar visualmente, com fotografias inéditas das coleções da Disney, arquivos privados e imagens dos jornais da época, no livro intitulado Walt Disney's Disneyland. Os textos foram encomendados pelo escritor e historiador Chris Nichols, que, além de ser membro do conselho de administração do Hollywood Heritage Museum e dar palestras e conferências, escreve uma coluna de opinião para a revista Los Angeles.
Capa do livro Walt Disney's Disneyland, com textos de Chris Nichols (Taschen).
A DISNEYLAND DE WALT DISNEY
Uma explosão de cor e criatividade, este é o livro Walt Disney's Disneyland, cujo título, sob a fórmula inglesa do genitivo saxão, revela com a força do possessivo a importância que este parque teve na vida do grande produtor, diretor e roteirista norte-americano. E que inicialmente a ideia original de Walt Disney era chamá-lo de Mickey Mouse Park.
Dividido em três capítulos gerais – Walt's Dream, The Park Comes to Life e The Show Goes On – passando o Páginas ilustradas com desenhos e fotografias saturados de cores (como era o estilo nas décadas de 50, 60 e até 70) é como fazer uma revisão completa da história visual dos Estados Unidos, desde o pós-guerra em que a fantasia dos filmes da Disney devolveu a ilusão ao povo americano até hoje, onde os avanços tecnológicos completam universos imaginários como o de Star Wars.
Desdobrável do livro Walt Disney's Disneyland, editado pela editora Taschen.
Outra parte fundamental do livro é o texto de Chris Nichols, que como especialista em arquitetura e cultura do sul da Califórnia e, portanto, também do mundo Disney, desvenda os meandros do projeto e das proezas de engenharia do parque e registra depoimentos dos 'atores' que acompanharam Walt Disney no processo de construção da Disneylândia (não aqueles por trás dos figurinos dos personagens da Disney, mas aqueles que o ajudaram a tornar esse macroprojeto uma realidade).
"Depois do almoço [Walt veio] ao estúdio de som [e disse]. Gente, vocês vão me escrever uma música para explicar tudo isso", podemos ler 'da boca' do compositor vencedor do Oscar Richard M. Sherman, autor do famoso tema do parque Disneyland, It's a Small World (afinal), assim como outras músicas de filmes da Disney, como O Livro da Selva ou Os Aristogatos.
Dentro do livro, com ilustrações de um dos livros que inspiraram Walt Disney.
Também encontramos ilustrações dos livros que inspiraram o criador do Mickey Mouse a conceber os diferentes mundos da Disneylândia. Um exemplo é Vozes ao vento: Mitos e Cantos Polinésios de Katherine Luomala, cujas palmeiras e totens foram clonados em The Enchanted Tiki Room, musical que estreou em 1963 e foi o primeiro show de Audio-Animatronics.
o artista plástico Mary Blair foi outra convidada para projetar conceitos no parque de diversões, especificamente o cruzeiro It's a Small World, pois antes de ser uma renomada designer gráfica e ilustradora de livros infantis, Blair havia trabalhado nos estúdios da Disney elaborando o longa-metragem Os Três Caballeros, no qual Pato Donal viajou para o México, e deixou Walt Disney fascinado com seus jogos de contrastes e cores.
Dizem que um bom líder é aquele que sabe se cercar de uma equipe treinada. E, diante dos resultados, isso tem sido um fator determinante para o sucesso da Disneylândia, já que t's a Small World é considerado um clássico que foi transferido para todos os Disney Resorts do mundo.
Obra da artista Mary Blair, que projetou It's a Small World da Disneylândia.
CASTELO POR LARANJAS
Há uma frase muito esclarecedora do autor no início do livro: "Às vezes, sentimos que a Disneylândia sempre esteve aqui, como se tivesse acabado de sair da Terra completamente acabada. O parque criado por Walt Disney tornou-se parte integrante de nossas vidas, como um pedaço da América, que esquecemos que os 400 acres originais em Anaheim já foram apenas mais um laranjal.
E a verdade é que, de acordo com o rostos de ilusão de todas as crianças retratadas nas imagens que ilustram suas 328 páginas, só podemos concordar com ele e afirmar que, desde aquela segunda-feira quente de 1955, a Disneylândia faz parte do imaginário coletivo contemporâneo, em que as laranjeiras se tornaram castelos de contos de fadas pela graça da magia de Walt Disney .
"Abrimos o castelo da Fantasyland em nome de todas as crianças do mundo", proclamou um cavalheiro no dia da inauguração do parque.
Projeto original e resultado da atração Storybook Land Canal Boats, baseado na história de Pinóquio.