Querido Pequeno-almoço: o brunch lisboeta que pretende conquistar Madrid

Anonim

beneditinos, florentinosmexido, escalfado… os ovos são o rei do conceito Dear Breakfast, uma cadeia lisboeta dedicada ao brunch mais auto-indulgente que se possa imaginar e que planeja (yum!) para pousar muito em breve em Madrid (ainda sem data de abertura, manteremos vocês informados).

Seu criador é Julien Garrec, que abriu seu primeiro restaurante na rua das Gaivotas, em 2017, convertendo os lisboetas em amantes do pequeno-almoço lento, substituindo torradas e o tradicional café alto com leite (galão) para pratos criativos e coloridos baseados na versatilidade de ovos, sucos revitalizantes e cafés muito especiais.

Julien Garrec em Querido Café da Manhã

Julien Garrec, o rei do brunch.

Depois de conquistar a zona da Bica, Julien abriu uma sucursal no Chiado, seguindo-se este verão uma pop up em um telhado em Santos. Nestes espaços dedicados ao deleite, 'a refeição mais importante do dia' é servida ao longo do dia, num profusão de mimosas, panquecas e torradas de abacate que toca mais na categoria de brunch do que de café da manhã (embora todos saibamos que você pode tomar a hora que quiser... e chame como quiser, é claro!).

Aos 34 anos, Garrec conseguiu construir o negócio que sempre sonhou em abrir: uma aconchegante meca do café da manhã em um ambiente neo-bistrô. Nada parecia indicar que a vida o levaria a Lisboa, já que anteriormente viveu em Paris, Madrid –“Morar lá foi provavelmente uma das minhas melhores experiências na vida, adoro sua energia!”, diz Condé Nast Traveler– e Nova York.

Em 2013, Garrec projetou um laboratório gastronômico em Nolite com Helena Ichbiah, do estúdio Ich&Kar, cujo objetivo era aproximar a comida europeia dos chefs, comensais e jornalistas americanos. Foi em Nova York onde ele sabia que a restauração não era uma fantasia passageira, mas o verdadeiro amor de sua vida. Mas, em 2015, a vida de Garrec foi virada de cabeça para baixo por um acidente de carro.

Caro Pequeno Almoço em Alfama Largo de Santo António da S

Caro Pequeno Almoço em Alfama, no Largo de Santo António da Sé.

Após um ano de difícil reabilitação, ele decidiu voltar para a Europa e instalar-se em Lisboa. Foi precisamente durante o voo para Portugal que descobriu a obra do artista e arquiteto lisboeta João Pombeiro Machado (do Studio Astolfi) –em artigo da revista Air France–, que conheceu por acaso dias depois em uma festa. Acabaram falando de comida, mais especificamente, da magia do café da manhã... e foi assim que tudo aconteceu.

O primeiro Querido Café da Manhã participou o renascimento do tradicional bairro da Bica. João Pombeiro ajudou a criar o ambiente certo. Resolveram voltar para desnuda as paredes, devolvendo-as ao seu estado original e revelando os azulejos escondidos sob as diferentes camadas de gesso. Eles construíram vários arcos e instalaram um espelho gigante no teto.

Café da manhã no Querido Café da Manhã

Hora do café da manhã!

Por seu lado, o restaurante Gaivotas –localizado no triângulo formado pela Rua de São Bento, Rua do Poço dos Negros e Rua Poiais de São Bento– foi recentemente ampliado expandindo para a loja ao lado e dobrando o número de assentos.

“Não gosto de comparar Dear Breakfast a outros projetos. Estamos tentando fazer tudo com amor desde o início, a cada segundo... Eu realmente acho que nossos clientes podem sentir isso”, explica Garrec. “Gosto da ideia de acordar as pessoas. Algumas semanas após a nossa primeira abertura, já estávamos cheios. Não é bom fazer ninguém esperar pelo primeiro café do dia, por isso comecei a procurar um segundo local no Chiado em 2018”, brinca.

O do Chiado, remodelado em abril de 2021, É muito popular pelo seu mezanino com vista para a Calçada de São Francisco. Sua mesa perto da janela tem uma visão panorâmica dos trilhos do bonde que são frequentemente apresentados no Instagram.

O efêmero The Secret Rooftop, em Santos, foi inaugurado durante o verão em um terraço com uma pérgola e panorâmicas sobre o rio e a arquitectura típica de Lisboa. O formato funcionou muito bem: brunch a preço fixo (20€) com cocktails. “Foi uma grande experiência trazer nossos clientes para lá, fazê-los descobrir um lugar secreto no centro de Lisboa. Mais do que a ideia de uma cadeia, gostamos da ideia de propor novas experiências”.

Em setembro do ano passado, também foi inaugurado um novo espaço em Alfama, no Largo de Santo António da Sé, junto à Sé de Lisboa, que tem duas grandes salas marcadas por belas arcadas e um terraço exterior, e que mantém a decoração simples e minimalista dos restantes restaurantes.

OS PRINCIPAIS INGREDIENTES: OVOS, PÃO, CAFÉ

Mas quem está na cozinha? Os chefs Raquel Patronilho e Steve Brown são os que moldaram, junto com o empresário, um cardápio que combina influências internacionais com a frescura da baixa lisboeta, privilegiando sempre os ingredientes locais.

Querido Café da Manhã Lisboa

Café da manhã do campeão.

Ovos frescos são essenciais – adquiridos diretamente de pequenos agricultores. mas também o pão, um alimento tão importante no país vizinho vinho, queijo ou bacalhau. Eles o preparam em todas as formas e tamanhos: papo seco, bola de mistura, pão de mafra, pão alentejano, broa de Milho, centeio, bolo do Caco, lêvedo dos açores.

Garrec queria apostar pão artesanal, especialmente fermento, que fermenta lentamente de acordo com as condições atmosféricas, de umidade e temperatura, um pão que precisa de tempo e dedicação. Para isso, associou-se à Isco, a pastelaria de Alvalade da chef Natalie Castro. daqui nasce pão de trigo para torradas e brioche para ovos Benedict, um clássico matinal.

Para o café, trabalham com uma empresa familiar local, a Flor da Selva, criada em 1950. Eles torram o café em uma torradeira gigante – que pode conter até 120 kg de grãos – e é aquecido com lenha de sobreiro. A madeira dá sabor, embora seja mais cara e gere mais trabalho de manutenção e limpeza: na verdade, é uma das duas únicas torrefadoras na Europa que ainda usam madeira.

Além de seus blends clássicos, a Flor da Selva agora trabalha com grãos de origem única de pequenos produtores e fazendas orgânicas em Etiópia, Nicarágua, Honduras, Brasil e Colômbia. O expresso (ou bica, como é conhecido em Lisboa) é o tipo de café mais popular, mas suas variantes vão desde o café sem princípio, onde não se utilizam as primeiras gotas de café, às peculiaridades de escolher uma xícara quente ou fria. O barista também o transforma em uma forma de arte.

Caro Pequeno Almoço na Bica Rua das Gaivotas Lisboa

Caro Pequeno Almoço, na rua das Gaivotas, Lisboa.

EM UMA VIAGEM COM JULIEN: CINCO PERGUNTAS PARA O CRIADOR DO QUERIDO CAFÉ DA MANHÃ

Você morou em Paris, Madri e Nova York. Quais são seus três lugares favoritos em cada uma dessas cidades?

Em Paris, a pâtisserie Sébastien Gaudard (rue des Martyrs); Le Pantruche e a Galeria Perrotin. O bairro de Montmartre / Abbesses. Em Madrid: Bodegas Ardosa; Irmãos Vinagre; boate lula (recentemente inaugurado na Gran Via); Sala Equis, onde assisti ao incrível show do Poetic Borthel. do bairro, Fico com Lavapiés.

Em Nova York eu destacaria EGG Brooklyn e Lafayette (Nolita) no café da manhã, MoMA ps1, Inness (norte de Nova York) e mal posso esperar para visitar o projeto de Steve Gold, também localizado no norte do estado, o hotel-spa The Aurum. do bairro, Eu escolho Midtown Manhattan, Williamsburg/Bushwick, NY Upstate.

Empresário francês Julien Garrec de Dear Breakfast

O empresário francês Julien Garrec, criador de Dear Breakfast.

O que você aprendeu com essas três cidades que você aplicou na sua cozinha?

Todas as novas formas de consumir alimentos: locais, orgânicos, crus... e novos conceitos como hotéis slow life, cafés especiais, pequenas padarias, novos bares de mixologia, que quando morei em Williamsburg há quase 10 anos, eles eram realmente novos e inspiradores.

A França me fez aprender sobre qualidade em termos de ingredientes. Nossos croissants, por exemplo, são feitos com 80% de manteiga, por isso é importante escolher um muito bom. Usamos manteiga da Normandia por sua incrível riqueza. As ondas batem nas falésias da Normandia, o toque salgado nas ervas que as vacas comem... Tudo isso torna seu sabor único.

Eu gosto do jeito festivo de beber e comer juntos na Espanha. Afinal, comer tapas é misturar diferentes tipos de comida com bebidas; este é um conceito não muito diferente de ter um brunch.

Lisboa

Lisboa é sempre uma boa ideia.

O que você mais gosta em Lisboa?

Mudei-me para Lisboa há cinco anos. Eu gosto porque é uma cidade pequena se compararmos com Nova York ou Paris… mas com muitas opções, e em todos os lugares! Temos lugares incríveis em 20 minutos ao redor: Caparica para surfar, Sintra para passear ou Comporta, Ericeira, um pouco mais, para relaxar. A natureza ao seu redor é incrível.

Quais são os seus lugares favoritos em Lisboa e porquê?

Eu diria Caparica com certeza. O clube de praia do Irmão é um verdadeiro sonho: uma aula na escola de surf Omar, um delicioso coquetel ao sol ouvindo sua incrível playlist… Na cidade é fácil me encontrar: gosto de tomar uma bebida em Vago (bar de coquetéis localizado na rua das Gaivotas, ao lado do primeiro Caro Café da Manhã) ou com meus amigos Guilia e Max de vinho verdadeiro. Como em Damas, na Graça, onde saio, ou em Misc by Tartar-ia, com Maria a proprietária. Provavelmente um dos melhores restaurantes da cidade, na minha opinião.

Quais são seus hotéis favoritos ao redor do mundo?

O Hotel Parco dei Principi (Sorrento), sem dúvida, seria um deles. Isso é um hotel dos anos 1960 imaginado por Gio Ponti. A decoração (azulejos brancos e azuis) e o mobiliário (agora reeditado) tornaram-se icónicos. Gosto do cheiro do belo jardim quando chego… e da possibilidade de pegar um barco alguns minutos para passar o dia em Capri.

Il Palazzo Experimental (Veneza): Adoro acompanhar os belos projetos do grupo Experimental. Acho que o designer de interiores Dorothée Melichzon fez um trabalho incrível aqui! Ele reinventou um palácio do século 18 com uma elegante mistura de diversão e sofisticação. Uma atração muito interessante na cidade, longe das multidões do centro, mas com fácil acesso aos locais de interesse.

Santa Clara 1728 (Lisboa): Gosto de minimalismo e este pequeno boutique hotel localizado em Santa Clara é, na minha opinião, o lugar perfeito para descompactar. Desenhada pelo famoso Aires Mateus, a vista relaxante sobre o Rio Tejo exerce um poder incrível sobre mim. Menção especial para os banheiros [risos], Eles me inspiraram muito quando precisei reformar meu apartamento! São simplesmente lindos, com lindas pedras e azulejos de Portugal. Desça e aproveite duas vezes por semana a Feira da Ladra, o mercado de pulgas local.

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