13 razões para se perder em um museu em 2014

Anonim

Qualquer desculpa para voltar ao Museu Guggenheim

Qualquer desculpa para voltar ao Museu Guggenheim

UMA EXPOSIÇÃO: CEZANNE NO THYSSEN

Se houvesse estrelas Michelin no campo das exposições, o Cezanne's no Thyssen levaria as 3 estrelas sem dúvida. Basicamente, porque justifica qualquer viagem a Madrid a partir do próximo mês de fevereiro. Tem o atrativo de se concentrar exclusivamente em um artista cujas obras foram vendidas em todo o mundo, tornando o fato de colecioná-las mais uma vantagem para visitá-la. A isso devemos somar o cuidado com a curadoria (Guillermo Solana à frente) e a importância do próprio artista como pai das Vanguardas. Mas o ano da Thyssen não termina aqui. Sua homenagem aos mitos pop de verão certamente esquentará mais do que 'Woman in the Bath' de Lichtenstein.

UM NOME: EL GRECO

Este ano de 2014 marca o 400º aniversário da morte de Domenikos Theotokopoulos, um pintor nascido na Grécia cujo nome (El Greco) e nacionalidade (Toledano, sim, Toledo) mudaram em nosso país. É por isso que cabe à Espanha celebrar um evento como esse que acontecerá em dois palcos principais. Uma, Toledo, aquela cidade que ele pintou assim, com os monumentos movimentados e com uma certa tendência ao maneirismo. A cidade castelhana de La Mancha aproveitará a atração para promover os conhecidos como 'Espacios Greco' e organizar exposições como 'El Greco y Toledo' no Museu de Santa Cruz com o particular Toledo vedute como âncora para falar sobre a relação entre pintor e lugar. O outro grande cenário será o Museu do Prado. Aqui tentaremos comparar e confrontar a obra do bom Domenikos com os grandes pintores do século XX que ele inspirou numa ambiciosa exposição.

Museu El Greco

2014 será o ano de El Greco

FEBRE FRIO EM PARIS

É realmente complexo poder valorizar o trabalho de Frida Kahlo sem dissociá-lo de sua personagem e seu amor por Diego Rivera. Hoje não será esse dia, nem 2014 será o ano nem Paris será a cidade em que sua obra é julgada sem o turbilhão subjetivo que seu autor lhe traz. Enquanto no Pompidou a luta continua para tornar seu trabalho inteligível para as crianças, no L'Orangerie (esse maravilhoso ramo do D'Orsay) o trabalho de Kahlo e Rivera será aproximado do público parisiense, unindo a produção de ambos em sagrado matrimônio.

LONDRES (ALGUÉM ESTÁ SURPREENDIDO?) É A CIDADE

Mais um ano (e já são alguns), Londres posiciona-se como a capital mundial das exposições temporárias, a terra prometida para viajantes culturais com tendência a regressar. Uma retrospectiva de Paul Klee já está pendurada nas paredes da Tate Modern (não se preocupe, há tempo até 9 de março) e este novo ano vem com a promessa de um headliner que não falha: Matisse e com o primeiro grande homenagem póstuma a Richard Hamilton. Mas para quem engasga com modernidades, a National Gallery não fica atrás. Primeiro ele brilha com uma daquelas exposições que são difíceis de curar e organizar devido à complexidade do pintor. Este é Veronese, uma figura que será usada como apresentadora do Renascimento veneziano. Já no outono aparece a figura sempre magnética de Rembrandt e suas perturbadoras últimas pinturas. oh! E não se esqueça, sempre gratuito, sempre buscando patrocínio público ou privado para cobrir os custos. Como deveria ser.

galeria Nacional

National Gallery, um clássico de Londres

CIÊNCIA PARA O RESGATE

Quando parece que não há mais arte, que tudo pintado, esculpido, fotografado e até resgatado já está exposto em edifícios mais típicos do futuro, a ciência aparece. É verdade que os museus de ciência são um pão sem sal, que não são muito engraçados e que, a menos que utilizem recursos sensoriais não criminosos, seu conteúdo não surpreende. Mas cuidado, aqui a embalagem é o que conta, e é por isso que este novo museu puxou um arquiteto superstar para atrair os holofotes este ano. Estamos falando do Museu da Biodiversidade do Panamá, primeira obra de Frank Ghery no sul do Texas, que busca consolidar esta cidade como um destino turístico com muita identidade (e bastante heterogênea). Como todas as coisas Gehry, este edifício se destaca por sua forma complexa, embora aqui placas coloridas substituam seu famoso titânio, fazendo com que pareça uma versão plastidecor de seus edifícios mais reconhecíveis. …

E TAMBÉM DIREITOS HUMANOS

Outro recurso que virou tendência em museus: Direitos Humanos. Neste caso, a cidade foi Winnipeg, no Canadá, que abrirá seu novo ícone em 2014, apostando no marcante modelo de concha para enfeitar seu cartão postal. Além de seu apelo, este museu também tem a graça de ser o primeiro museu nacional longe de Ottawa. No entanto, não faria mal considerar para que serve um espaço como este se o homem ainda é um lobo para o homem. Inação? Arrependimentos?

BONS MUSEUS, MELHORES POSTERS

Isso sim, o resto do mundo não está paralisado, embora os nomes mais midiáticos não vão soar nos lugares mais reconhecidos. As grandes instituições governamentais suíças levam o bolo em seus dois grandes museus. O Basel Kuntmuseum tentará dar uma explicação plausível ao universo suprematista de Malevich a partir de março. Por sua vez, o Zurich Kunthaus ainda está em alta depois de um bom ano por causa de Munch. Nesse caso, sua aposta é o movimento expressionista sempre bem-sucedido tanto na Alemanha quanto na França. Se deixarmos de lado a retrospectiva de Cézanne no Thyssen, a exposição mais atraente de 2014 acontecerá no Guggenheim em Nova York, onde ousarão com os futuristas italianos. Isso sim, que os amantes do MoMA não fiquem com ciúmes, eles têm sua boa porção de Gauguin esperando por eles. Neste caso, a exposição centra-se na sua metamorfose, no seu crescimento selvagem na Polinésia.

Guggenheim NY

É assim que o telhado do Guggenheim em Nova York se parece

A MENINA VOLTA PARA CASA

Normalmente, a Frick Collection em Nova York tende a passar despercebida pelos vorazes e velozes gobblers dos museus de Nova York. É lógico, as velhas obras-primas da pintura européia, bem, elas não chamam a atenção. No entanto, até o final de janeiro, esta mansão na 5ª Avenida abriga e exibe a Moça com Brinco de Pérola, bem como o restante das peças destacadas do Mauritishuis em Haia. Eles voltarão para sua casa em 27 de junho, quando este espaço renovado finalmente estará à altura das obras que preserva, sendo a grande novidade do museu da Holanda em plena ressaca após a reabertura do Rijskmuseum.

AS ÚLTIMAS MARCAS DE 2013

Apesar de terem inaugurado no final de 2013 (por que não dizer, em plena época baixa para lubrificar as suas máquinas) estes museus vão brilhar, sobretudo, este ano. O primeiro é o renovado museu olímpico de Lausanne que, após alguns anos de exílio em um navio no Leman, retorna ao seu local original. É claro que é provável que as famosas mascotes não reconheçam o local onde passaram tantos anos desde que o percurso foi alterado e as instalações modernizadas para tornar os marcos do esporte mais atraentes e convidar sorrisos e lágrimas fáceis. O segundo é o Musée Fin de Siecle em Bruxelas, uma reviravolta na coleção da Sociedade Livre de Belas Artes que se concentra em mostrar apenas arte desde meados do século XIX até a eclosão da Grande Guerra.

E LOUISE VUITTON TORNOU-SE PATRONA

Já faz alguns anos que tem se esforçado para conseguir, mas parece que em 2014 veremos a inauguração do museu da fundação Louise Vuitton para a criação. Localizado no bairro parisiense de Bois de Boulogne, este espetacular centro projetado por Frank Gehry (mais 'ooooh' do que nunca) busca ser uma referência em museus contemporâneos graças à sua tecnologia de ponta. Mas que ninguém pense errado acreditando que será uma mera afirmação enigmática para a marca e a cidade. A intenção do Grupo LVMH é torná-lo o grande local de exposição para jovens artistas, como fazem com sua Fundação no museu de arte de Hong Kong. Para começar, abrirão com uma amostra que inclui obras de Basquiat ou Cyprien Gaillard, valores seguros para o público classista parisiense.

O IMPULSO DA MODA

Duas grandes exposições no velho continente continuam a mostrar que a moda merece um lugar no museu. A primeira e mais ambiciosa, uma revisão da moda italiana de 1945 até o presente no melhor cenário possível: o Victoria & Albert Museum em Londres. A segunda, um olhar sobre a vida, os milagres e os desígnios da grande Coco Chanel, elevada à figura do mito em Hamburgo.

Cachorrinho na entrada do Guggenheim

Puppy, de Jeff Koons, na entrada do Guggenheim

YOKO ONO PASSA PELO NERVION

Olho, parece que esta exposição vai além da notícia, da expectativa e da anedota. Porque sim, Yoko Ono não é apenas a 'mulher do', mas é a grande pioneira da arte conceitual, uma verdadeira visionária que completa 80 anos este ano. A partir de 14 de março, nas margens do Nervión, a década de 1960 será discutida de um ponto de vista pouco conhecido do público espanhol.

UM MILAGRE EM MADRID, OUTRO EM BARCELONA E ALGUMAS ORAÇÕES PELO SUL

Em Madri, ainda nos perguntamos quando o museu arqueológico nacional minimalista será reaberto. Parecia que 2013 seria o ano dele, mas você já sabe: a crise como escudo para a incompetência. Por sua vez, Barcelona espera inaugurar em junho seu museu de culturas, um novo espaço dedicado à arte mais exótica e distante. Um lugar pioneiro em Espanha que abrirá num enclave muito museológico: os palácios góticos Nadal e Marqués de Llió. Por último, um desejo de que 2015 seja finalmente o ano de abertura do Centro de Criação Contemporânea de Córdoba, conhecido como C4. Uma aposta corajosa que está demorando muito. Poderiam tomar o exemplo de Málaga, que em um ano estará dominando todas as capas com o novo Pompidou e o Museu de Belas Artes. Se nos dissessem há 15 anos que Málaga seria uma ponta de lança do turismo cultural na Espanha, ninguém acreditaria.

Consulte Mais informação