Bueu e Ortigueira, 'stendhalazo' rural galego

Anonim

Porto de Bueu Galiza

Bueu é um daqueles lugares onde o tempo parece parar

William Marconi vai dar uma volta em seu iate costa sul da Galiza e pára em Vaia. Lá ele conhece a família Masso, que tinha uma empresa de conservas. Mostram-lhe uma casa antiga, modelos de navios de guerra e incunábulos góticos. E o inventor do rádio e ganhador do Nobel ganha um stendhalazo, ali, numa pequena vila de pescadores. Era em 11 de maio de 1928 e, antes de partir, pediu à família empresária que agradasse fazer um museu com todas essas relíquias. Se cumprissem o prometido, ele mesmo viria inaugurar. Quatro anos depois, Marconi voltou a Bueu.

Todos eles voltam, é assim que é. E agora que o verão acabou, e já que estamos aproveitando os dias de verão de San Miguel, é bom fazer uma pausa e passar um fim de semana em lugares bem afastados da multidão enlouquecida.

Bueu Galicia

Todo mundo volta para Bueu, é assim

Bueu é um daqueles lugares onde o tempo parece ter parado. Seja caminhando pelo porto ou tomando um vinho sentado no terraço do bar que fica no final do Cabo Udra ou degustando um peixe na restaurante Loureiro (Avenida de Loureiro, 13) e deixe-se levar pelo rebolar das ondas que chegam à praia. Ou se o que você prefere é um pouco de movimento urbano, em A amora (Alexandre Bóveda, 1) e alguns chocos andaluzes com alioli e torradas de polvo com queijo tetilla.

Pertence a Morrazo, juntamente com os municípios de Marín, Cangas e Moaña; uma área ideal onde observar a bravura desta costa de praias calmas, o que o de Lapamán ou o areal de Coviña, que abriga um daqueles balanços onde as pessoas fazem fila no verão para tirar fotos e agora ninguém está lá por horas; aceno praia do covelo, um banco de areia muito pequeno com acesso ainda menor que poucos conhecem (pode ser acessado pela estrada nacional ou pelo Lapamán quando a maré está muito baixa).

Vista de Ons do Cabo Udra Bueu

Vista de Ons de Cabo Udra, Bueu

Do porto de Bueu pode-se ir de barco até o Ons e descobrir o Parque Nacional das Ilhas Atlânticas ou ficar e caminhar até Beluso, um pequeno porto de pesca, e experimente alguns caranguejos Para Centoleira (Praia do Beluso, 28) e maravilhe-se com as vistas da ria. ou você pode fazer um percurso pelos paços da zona e descobrir que, segundo a lenda, até a Rainha Dona Urraca, que não se deixava mandar por homem algum, descansava no Paço do Casal entre carvalhos e loureiros. QUALQUER passear pelos moinhos que aproveitam as águas dos rios Bispo e Frade, entre árvores antigas.

Para se ter uma ideia de onde estamos, em 1600, o filho dos senhores do Pazo do Casal construiu uma mansão em As Castiñáns. Ele a chamou de Casa Grande do Placer, por causa da paisagem que a cercava. Não há nada.

Como sabemos que os galegos do norte são picados pela beleza incomparável de alguns lugares do sul, e para que minha família não me incomode, outro desses lugares remotos fica na fronteira da divisão de dois mares. Ortigueira tem aquele toque da costa irlandesa onde os verdes e azuis são sempre intensos. A seus pés encontra-se uma das zonas húmidas mais importantes da Galiza, incluída no acordo internacional de Ramsar, onde vivem dezenas de espécies migratórias.

Ortigueira A Corunha

Ortigueira, A Corunha

As alturas de mais de cem metros de algumas falésias, o vento soprando e tocando seu rosto e cabelo, os pássaros esvoaçando ao redor dos barcos costeiros e o spray de sal das gotas que caem toda vez que uma onda bate nas paredes de pedra fazem isso área de refresco para golens.

No bar O Preservar (O Coto s/n), as porções são gigantescas, com presença típica de um prato que sua avó fez para você, transbordando de batatas fritas e salada de jardim. A mesma ideia é usada em Para Cabana do Fós (Playa Morouzos s/n), onde dar uma boa conta um churrasco de carne galega.

Se tem curiosidade em saber como é possível tanta iguaria gastronómica numa costa tão agreste, pode visitar o Museu Etnográfico Meixido, e veja como era uma cozinha e boticário do século 19. Sabes, se a vida te der limões... Talvez seja por isso que há uma cidade costeira muito próxima chamada Cariño.

Ortigueira é conhecida pelos milhares de fiéis que todos os anos visitam as praias e ficam acampar no pinhal para vibrar nos concertos da Festival Internacional do Mundo Celta. Causa tal sensação que, há dez anos, os membros de um grupo escocês que tocou no festival passearam pela cidade. Terminaram o percurso em as falésias de Loiba.

Banco Loiba Ortigueira

As falésias de Loiba e seu famoso banco

Lá, um ano antes, um vizinho da freguesia instalou um banco, cansado de ver seus filhos e seus colegas sentados nas pedras quando iam lá para passear. Quando os escoceses o viram, apaixonaram-se. A partir desse ponto pode ser visto desde a Estaca de Bares (ponto de separação entre o Mar Cantábrico e o Oceano Atlântico) até ao Cabo Ortegal. E desde então não há cidade galega que não pense em colocar bancos em zonas elevadas. Apenas para observar o horizonte.

Poucos sabem que, ao pé do mar, as algueiras, as mulheres nomeadas para a recolha de algas vermelhas (ou gigartinas), Eles fazem seu trabalho durante todo o verão e depois fertilizam os campos. Hoje, essas algas são comercializadas em todo o mundo para trabalhos na indústria cosmética (desde cremes emagrecedores a cremes dentais) ou na indústria alimentícia (como espessante, já que são extraídos carragenanos ou alginatos, que estão em produtos lácteos).

A costa galega está repleta de pequenos lugares onde pode desfrutar da natureza selvagem. Sem bagunçar Bem, isso já é mais complicado.

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