Pare de jogar moedas nos rios!

Anonim

Cataratas do Iguaçu em Misiones

As belas Cataratas do Iguaçu, em Misiones (Argentina)

1.400.000 euros. Essa é a quantia que é arrecadada anualmente na La Fontana di Trevi, em Roma, visitada por milhares de turistas por dia que fazem milhares de desejos ao mesmo tempo. Essas moedas, como já explicamos, são doadas para causas beneficentes; neste caso, à Cáritas.

O mesmo acontece com aqueles que são jogados nas fontes dos parques da Disney ou no lago artificial do cassino e resort Bellagio, em Las Vegas, sem, aparentemente, nenhum mal a ninguém.

Mas o que acontece quando, em vez de jogar moedas nessas águas, decidimos jogá-las em aquíferos naturais? Para começar, o que forçamos a mobilizar pessoal para buscá-los . Isso aconteceu nas Cataratas do Iguaçu, onde, em outubro passado, 20 trabalhadores recolheram 90 quilos de moedas perto de Garganta do Diabo

A limpeza, que é realizada anualmente, surpreendeu as autoridades, que, segundo o Clarín, arrecadaram menos da metade desse valor em 2018. Também, também foram encontradas chaves que fecham os cadeados que muitos amantes se penduram nas pontes da região. Como se isso não bastasse, na parte brasileira das quedas, o número é ainda maior, pois atingiu 300 quilos de metal em 2019.

Cataratas do iguaçu

Centenas de milhares de pessoas visitam as famosas cataratas todos os anos

“Esta é uma prática que pode afetar a água onde esses objetos são lançados”, explica Julio Barea, doutor em Geologia e especialista em sustentabilidade do Greenpeace, ao Traveler.es. “Algumas dessas peças podem ser mais ou menos solúveis em água, o que torna aumentar no rio a concentração de metais e outros elementos contidos nas moedas, cadeados, chaves e outros objetos.

“Embora seja uma prática minoritária e cujo impacto seja muito desigual (Iguazú não é o mesmo que o surgimento de uma cidade), é recomendado não jogar ou jogar nenhum objeto nesses locais (nem a ninguém), porque, em muitos casos, são fontes de água para as pessoas e das quais vivem espécies animais e vegetais. O que é natural e ecologicamente recomendado é que permaneçam como estão, sem contribuições externas e estranhas do ser humano”, conclui o especialista.

Além disso, o guia Héctor Mulawka, que fez parte da equipe de coleta na Argentina, forneceu ao Clarín outro dado preocupante: quando as moedas não são depositadas rapidamente no leito do rio, eles podem ser engolidos por peixes, que os confundem com comida.

Da mesma forma, apesar de, como aponta Barea, a prevalência dessa prática ser desigual, há pelo menos um outro país em que o impacto do que é jogado nos rios é realmente preocupante. Falamos de Índia, onde moedas e outros metais, como joias e bijuterias, são lançados como parte de certos rituais sagrados. As consequências, em suas águas já poluídas, também são extraordinariamente danosas.

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