E se substituirmos as sacolas plásticas por folhas de bananeira ou maxán?

Anonim

Diga adeus para sempre às sacolas plásticas.

Diga adeus para sempre às sacolas plásticas.

Um saco plástico é distribuído no supermercado para ir parar em sua casa e, logo depois, em uma lixeira. A questão é se é o recipiente apropriado ou não. Neste último caso, esta bolsa possivelmente chega a lugares como o chamado sétimo continente do lixo ou em algum lugar no oceano onde uma tartaruga o confunde com plâncton. Uma última mordida e margens pontilhadas de tragédia por causa de um saco plástico que você usou por 12 minutos, mas que leva entre 500 e 1000 anos para se decompor. Vale a pena?

“A maioria dos pacotes que levam centenas de anos para se degradar, têm vida útil efêmera. É o caso das sacolas plásticas, que têm vida útil de 15 minutos, mas demoram mais de 100 anos para se degradar. Se adicionarmos a isso que usamos um novo a cada vez, ele simplesmente não tem cabeça nem cauda”, diz Tania Montoto, pesquisadora marinha da Universidade de Las Palmas de Gran Canaria e ativista do Ben Magec-Ecologistas en Acción. Traveler.es. “Assim como existem soluções tecnológicas para projetar materiais duráveis, inovação em materiais suficientemente resistentes e muito mais sustentáveis também existe e deveria ser mais explorado”.

Um saco plástico flutua sobre um recife de coral na Costa Rica

Um saco plástico flutua sobre um recife de coral na Costa Rica

Estima-se que até 500.000 milhões de sacolas plásticas sejam usadas em todo o mundo a cada ano (dez milhões por minuto), o que eles tiram a vida de até 1.000 tartarugas por ano, para citar apenas um exemplo. No que diz respeito à Espanha, apesar dos tímidos progressos da última década, ainda há 180 sacolas plásticas são usadas por habitante por ano, o que equivale a usar um saco a cada dois dias.

Em um mundo que precisa de novas alternativas (e hábitos) que permitam uma transição ecológica tão firme quanto necessária, a criatividade está a serviço de muitos países que descobriram novos substitutos para as sacolas plásticas nas entranhas de seu meio ambiente.

As tartarugas são um dos maiores prejudicados por sacolas plásticas.

As tartarugas são um dos maiores prejudicados por sacolas plásticas.

TAILÂNDIA E VIETNÃ: FOLHAS DE BANANA

As folhas de bananeira sempre nos parecem tropicais e exuberantes, mas poucos sabem que é um aliado sustentável único, principalmente em alguns países asiáticos. Pelo menos é o que demonstram a Tailândia ou o Vietnã, onde várias redes de supermercados como Rimping, em Chiang Mai, ou Saigon Co.op, em Ho Chi Minh, começaram a implementar no ano passado o uso dessas folhas como invólucro para diferentes frutas e legumes. Um aliado que não só reduz o consumo de sacolas plásticas como, segundo os próprios clientes, os faz querer comprar alimentos mais saudáveis. #PutABananaLeafInYourLife

BAJA CALIFÓRNIA, MÉXICO: CONCHAS DO MAR

A combinação de fibras naturais com resinas biodegradáveis é encontrada na costa da Baixa Califórnia em um aliado inesperado: conchas. Isso foi comprovado pela empresa local Biobreak, que utiliza resina dessas recorrentes de nossas costas combinada com fibras de arroz e abacate para criar sacolas plásticas, entre outros objetos.

A razão é simples: usar a própria natureza para devolvê-la ao mar através de um processo biodegradável mais curto e orgânico. Em algum lugar, milhares de tartarugas, ecossistemas e a ocasional sereia agradecem.

Assim é a embalagem sustentável da Biobreak.

Assim é a embalagem sustentável da Biobreak.

MÉXICO: CACTUS

Além das conquistas alcançadas em Baja California, no ano passado Sandra Pascoe, professora de Engenharia Química da Universidad del Valle de Atemajac (México) desenvolveu um alternativa ao plástico do suco de cacto nopal cuja elaboração é de apenas 10 minutos e seu processo de degradação mal ultrapassa um mês. Uma conquista ainda em processo de consolidação já que o país mexicano promove a redução do plástico e cuja intenção é clara: “Se esse plástico chegar ao mar, é muito provável que peixes ou outra vida marinha iria comê-lo, e isso não lhes causaria 'nenhum dano', assegura Pascoe.

Campos de agave em Tequila

Campos de agave em Tequila

GUATEMALA: MAXAN LEAF

Se você pode embrulhar os famosos tamales guatemaltecos com folhas de maxán, por que não fazê-lo com outros produtos? Esta foi a mesma pergunta que o aluno se fez Abdías Ixchajchal, que no ano passado promoveu o uso desse material nativo para criar diferentes pratos e bolsas na área de Totonicapán. Uma iniciativa paralela à proibição do governo guatemalteco do uso de sacolas plásticas em 17 municípios do país maia.

COSTA RICA: FIBRA DE CANA DE AÇÚCAR

Consolidada como um dos países mais naturais e ambientalmente conscientes, a nação "Pura Vida" pretende erradicar por completo a distribuição de sacolas plásticas descartáveis até 2021. Prazo antes do qual inúmeras empresas se apressaram em pesar alternativas baseadas em componentes locais como fécula de batata, cera natural ou fibra de cana-de-açúcar.

Uma das empresas mais pioneiras é a Avani, que desenvolveu sacolas plásticas que poderiam muito bem passar para aquelas que todos já conhecemos e cujo segredo está em um **processo de biodegradação de no máximo seis meses. **

**ANTÍGUA E BARBUDA: AMIDO DE BATATA**

A América Latina, e especialmente o Caribe, tornaram-se os principais motores de uma revolução sustentável a partir do uso alternativo de seus recursos como substitutos do plástico.

Outro bom exemplo é Antígua e Barbuda, duas ilhas paradisíacas onde a fécula de batata, entre outros componentes como cana-de-açúcar ou bambu, tornou-se principal aliado para substituir as sacolas plásticas, retirado das grandes lojas da nação insular em 2016. Somente no primeiro ano dessa iniciativa, a queda no consumo de plástico foi de 15,1%.

ÍNDIA: SARIS

Quando pensamos na Índia, palavras como poluição, lixo e sujeira vêm à mente. De fato, o país do curry não foi apenas o quinto mais poluído do mundo em 2019, mas também produz até 26.000 toneladas de plástico por dia. No entanto, em uma nação tão gigantesca como a do Taj Mahal, também há espaço para muitas iniciativas (sem ir mais longe, o estado de Sikkim é o primeiro ecológico do mundo) além de outros hábitos como usar os sáris coloridos das mulheres indianas como sacola de compras.

Mais uma alternativa para "ficar em casa" que coincide com a brilhante ideia de diferentes associações em Jaisalmer, cidade do estado de Rajasthan, onde os vizinhos foram convidados por um par de saris não utilizados para fazer sacos recicláveis focado em comerciantes e pecuaristas.

Pequena Índia Kuala Lumpur

Sarees loja em Brickfields, Little India.

BALI: AMIDO DE MANDIOCA

Há dez anos, o biólogo Kevin Kumala voltou dos Estados Unidos para Bali, sua ilha natal, com a intenção de surfar e redescobrir sua terra. Porém, ao chegar à sua praia preferida, encontrou montanhas de plástico inundando aquele antigo paraíso. Foi assim que decidiu começar a aventura de usar fécula de mandioca como material para uma coleção de sacos e outros produtos biodegradáveis incentivados por um vídeo viral do próprio Kumala bebendo a bolsa dissolvida em água durante uma palestra no TED.

Hoje, essas bolsas se tornaram uma alternativa cada vez mais aceita, especialmente em um momento em que a Indonésia consolidou sua estratégia de **reduzir em 75% o despejo de plásticos no oceano até 2025**.

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